Por trás de uma vida simples tem tanta coisa né? Mas a gente insiste em só ver o palco.
É tão lindo ver as pessoas indo atrás de seus sonhos, dizendo não para o supérfluo, focando naquilo que é mais importante. É tão lindo ver que as outras pessoas conseguem, né? Descomplicar, dormir sorrindo, se sentir tão leve a ponto de gargalhar em plena terça-feira de alguma piada boba do marido. É lindo porque uma parte de nós desperta um sonho comum a todos. O de conectar o nosso dia a dia à nossa própria existência. É, o de viver o presente, aceitar a vida de braços abertos em sua plenitude.
A outra parte de nós, vamos confessar, não acha tão lindo assim. Não acha, porque se recusa a acreditar que viver com essa simplicidade toda seja possível. Não acha, porque queria, mas não consegue. Não acha, porque comparou o palco do outro, com o seu próprio bastidor.
Mas por trás de uma vida simples, tem decisões difíceis de serem tomadas. Tem coragem, intenção e muito “não” dito para coisas no automático a gente acabaria dizendo sim.
Por trás de uma vida simples, tem constante checagem e rechecagem dos nossos valores.
A gente não simplifica quando a gente quer. A gente simplifica quando a gente age.
Quando a gente arregaça as mangas para ser protagonista da nossa própria vida. E deixa de culpar o outro pelos nossos problemas. E devolve pra gente mesmo a responsabilidade de ser e estar.
Ter uma vida mais simples não garante a felicidade, mas possibilita estar mais presente. Presente para aceitar e acolher nossas emoções, sejam elas quais forem.
Com presença a gente chora quando precisa, e ri alto com aquilo que pode ser a maior besteira pra quem te vê do outro lado da rua. Com presença a gente pulsa, a gente vive.
Mas para estar presente, é preciso energia. E não é pouca. Pra sair do automático, para remar contra a maré, para surfar o tsunami.
Como diz Clarice Lispector, “que ninguém se engane, só se consegue simplicidade através de muito trabalho.” Você já está pronto para trabalhar?